quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Para Elis, a Pimentinha, com carinho

Aprendi a gostar da Elis por causa de minha mãe, que vivia cantando suas músicas. Sabe uma dessas coisas que temos que aprender com nossos pais, deve ser por isso que gosto tanto que “COMO NOSSOS PAIS” somos parte de uma ciranda cultural. Eu tinha uns dez anos quando ouvi o disco “FALSO BRILHANTE” da primeira a última faixa. Algo realmente maravilhoso para muitos e estranho para uma criança da minha idade.

"Quero saber é do brasileiro, não estou preocupada em cromar minha orelha e sair para a rua para chamar a atenção".

Quando a Pimentinha subia no palco o que vinha pela frente era um espetáculo maravilhoso, pois cada musica era interpretada de forma mágica. Seus gestos, caras e caretas. A beleza de seu sorriso imenso e branco. De um brilho vindo de uma pessoa que nasceu para interpretar musicas de grandes compositores.

"Sempre vou viver como camicase. É isso que me faz ficar de pé".

Quanta admiração eu tenho pelo que Elis fez pela MPB, colocando a disposição sua voz maravilhosa e cheia de ternura. Quantas vezes me lancei em paixões ao som dela. Músicas que me tornaram uma cópia boemia de meu pai. Noites embaladas por poesias, numa época em que eu amava escrever.

"Neste país, só há duas que cantam: Gal e eu."

Sentado a mesa para estudar eu às vezes parava para ouvir minha mãe cantando enquanto costurava. Ela nem canta bem, mais quando a musica é “Madalena”, o jeito é parar para ouvir aquela mulher apaixonada cantando. Duas mulheres notáveis, como muitas que me fizeram o homem que hoje sou.

"Cantar, para mim, é sacerdócio. O resto é o resto."

Elis Regina é mãe de João Marcelo Bôscoli, filho do seu primeiro casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e de Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, filhos de seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano. Artista, mãe e mulher.

"Me tomam por quem? Um imbecil? Sou algo que se molda do jeitinho que se quer? Isso é o que todos queriam, na realidade. Mas não vão conseguir, porque quando descobrirem que estou verde já estarei amarela. Eu sou do contra. Sou a Elis Regina do Carvalho Costa que poucas pessoas vão morrer conhecendo".

Ela morre aos 36 anos de idade, devido a uma overdose de cocaína e álcool, no dia 19 de janeiro de 1982. Os pais para. Muitos choram a perda da cantora amada e admirada por muitos. Dona de uma voz impar deixa saudades entre os amigos, fãs e familiares. O furacão Elis parte mais deixa um legado. Uma carreira admirada por muitos.

Menina que canta,
Menina que dança,
Menina que chora nos palcos,
Menina que dá gargalhada,
Que dá piruetas,
Que faz careta,
Menina malagueta,
Menina pimenta,
Elis, pimentinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário