Por medo de assalto, pedestres se arriscam nas pistas movimentadas do Eixão
As condições precárias das passarelas subterrâneas do Distrito Federal são motivo de reclamação da população há vários anos. Sujas, com cheiro de urina, mau iluminadas, até mesmo durante o dia e frequentadas diariamente por usuários de drogas, o que era para ser um conforto para o pedestre que precisa atravessar o Eixão, tornou-se um grande pesadelo.
Com objetivo de revitalizar esses espaços, foi sancionado o projeto de Lei “Adote uma passagem subterrânea no Plano Piloto”. De autoria do deputado distrital Evandro Garla (PRB), a iniciativa propõe que comerciantes, empresários, moradores e artistas da cidade promovam a recuperação das 16 passarelas subterrâneas da Asa Sul e Norte, firmando parcerias com o governo.
O projeto, que tem o prazo de 90 dias para ser regulamentado, prevê parcerias entre governo e interessados que “desejem manter e explorar as passagens subterrâneas”, recuperar as passagens subterrâneas, por meio de limpeza e reparação dos locais com a criação de espaços para exposição de artistas, artesãos e pequenos eventos culturais, além da instalação de painéis publicitários com proteção de impactos.
Segundo a assessora de Atendimento à Comunidade da Administração de Brasília, Cláudia Maya, nos três meses seguintes serão elaboradas propostas com os órgãos competentes do GDF e a comunidade interessada em revitalizar os espaços. De acordo com
Cláudia, nos próximos 90 dias ficará definido como será feita a adoção. “O projeto abre a possibilidade para que além do governo, a sociedade se envolva na recuperação das passagens subterrâneas, e reafirma a ideia de que os espaços podem ser de divulgação cultural”, comentou Maya. “A questão do investimento será vista na regulamentação do projeto”, acrescentou.
Muitos pedestres preferem arriscar a vida atravessando as pistas movimentadas do Eixão do que passar pelas passagens subterrâneas. É o caso da auxiliar administrativa Lúcia Clara dos Santos, 35 anos. “É tudo muito escuro, não oferece segurança nenhuma. Desisti de passar por elas no dia que fui assaltada à luz do dia na 209/210 Sul. Prefiro passar pelas pistas do que me arriscar nas passagens”, contou.
De acordo com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), até o momento nenhum comunicado chegou ao órgão para autorizar a revitalização das passagens. A manutenção deve passar pelo crivo do Iphan, porque a capital federal é tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade. A Administração de Brasília esclareceu que o projeto ainda será discutido com o Iphan e a Secretaria de Cultura nos próximos dias.
Por Leandro Cipriano
Fonte: O Destak
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