segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Revitalização das passagens subterrâneas do Eixão


Por medo de assalto, pedestres se arriscam nas pistas movimentadas do Eixão
RICARDO MARQUES
Há anos elas se encontram abandondas, sujas e perigosas
As condições precárias das passarelas subterrâneas do Distrito Federal são motivo de reclamação da população há vários anos. Sujas, com cheiro de urina, mau iluminadas, até mesmo durante o dia e frequentadas diariamente por usuários de drogas, o que era para ser um conforto para o pedestre que precisa atravessar o Eixão, tornou-se um grande pesadelo.
Com objetivo de revitalizar esses espaços, foi sancionado o projeto de Lei “Adote uma passagem subterrânea no Plano Piloto”. De autoria do deputado distrital Evandro Garla (PRB), a iniciativa propõe que comerciantes, empresários, moradores e artistas da cidade promovam a recuperação das 16 passarelas subterrâneas da Asa Sul e Norte, firmando parcerias com o governo.
O projeto, que tem o prazo de 90 dias para ser regulamentado, prevê parcerias entre governo e interessados que “desejem manter e explorar as passagens subterrâneas”, recuperar as passagens subterrâneas, por meio de limpeza e reparação dos locais com a criação de espaços para exposição de artistas, artesãos e pequenos eventos culturais, além da instalação de painéis publicitários com proteção de impactos.
Segundo a assessora de Atendimento à Comunidade da Administração de Brasília, Cláudia Maya, nos três meses seguintes serão elaboradas propostas com os órgãos competentes do GDF e a comunidade interessada em revitalizar os espaços. De acordo com
Cláudia, nos próximos  90 dias ficará definido como será feita a adoção. “O projeto abre a possibilidade para que além do governo, a sociedade se envolva na recuperação das passagens subterrâneas, e reafirma a ideia de que os espaços podem ser de divulgação cultural”, comentou Maya. “A questão do investimento será vista na regulamentação do projeto”, acrescentou.
Muitos pedestres preferem arriscar a vida atravessando as pistas movimentadas do Eixão do que passar pelas passagens subterrâneas. É o caso da auxiliar administrativa Lúcia Clara dos Santos, 35 anos. “É tudo muito escuro, não oferece segurança nenhuma. Desisti de passar por elas no dia que fui assaltada à luz do dia na 209/210 Sul. Prefiro passar pelas pistas do que me arriscar nas passagens”, contou.
De acordo com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), até o momento nenhum comunicado chegou ao órgão para autorizar a revitalização das passagens. A manutenção deve passar pelo crivo do Iphan, porque a capital federal é tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade. A Administração de Brasília esclareceu que o projeto ainda será discutido com o Iphan e a Secretaria de Cultura nos próximos dias.

Por Leandro Cipriano
Fonte: O Destak

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