quarta-feira, 27 de julho de 2011

Rodoviária ou estacionamento?


Quem tem mais de 25 anos lembra como o governo do DF daquela época deixou a rodoviária do Plano bonita, limpa e eficiente. Depois da reforma completa que foi feita, em 1998, as pessoas diziam que a nossa era a única rodoviária brasileira que se parecia com um aeroporto. Muitos se lembram dos banheiros que ficaram novos e eram mantidos limpos, das escadas rolantes que funcionavam e dos anúncios com letras luminosas que informavam o horário de saída de cada ônibus. 

Passados pouco mais de dez anos, de melhor do Brasil nossa rodoviária passou a ser uma das piores. Hoje, a rodoviária está com as escadas e elevadores parados, e o ambiente é desagradável. Apesar disso, o atual governo se prepara para construir um estacionamento subterrâneo com 40 mil vagas na esplanada. Se for com dinheiro do governo, será um crime; se for com dinheiro de empresários, será um erro. Crime porque o transporte público, incluindo as rodoviárias, precisa de mais cuidados. O dinheiro do estacionamento seria mais bem usado na melhoria do transporte público e da rodoviária. Além disso, o DF precisa mais de creches para recém-nascidos do que de estacionamento para carros privados. 

Se for com dinheiro privado, pode não ser um crime, mas será um erro se atrair mais carros para o centro da cidade. Estacionamento dá lucro quando é rotativo, nos shoppings, nas lojas, nos restaurantes, aeroportos. Na esplanada, os carros ficam parados o dia todo. Para obter lucro, o estacionamento vai ser muito caro. Nessas condições, as pessoas vão continuar deixando os carros ao lado das calçadas, como fazem hoje, porque poucos poderão pagar. E, se for proibido estacionar na rua, como hoje, o governo vai gastar com fiscalização e vai multar cada vez mais, além de terminar dando "vale-estacionamento" para os servidores com cargos importantes. 

As ruas continuarão com 1,3 milhão de carros carregando uma só pessoa, engarrafando o trânsito, infernizando a vida de todos. E o governo terá de tirar mais dinheiro das escolas e hospitais (como tem sido feito nos últimos anos) para construir estradas e viadutos. 

A única saída para o trânsito é melhorar o transporte público: faixas especiais para ônibus, carros com mais de dois passageiros, ampliar as linhas de metrô (que também começou a funcionar em 1998, como você deve se lembrar, no Governo Democrático e Popular) e fazer a rodoviária voltar a ser como foi antes.

FONTE: O DESTAK

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