sexta-feira, 15 de julho de 2011

Bibliotecas fazem sucesso nas paradas

70 paradas de ônibus já receberam os livros, que vão de apostilas para concursos a obras em outras línguas
alessandro dantas/destak


Estantes montadas nos pontos de ônibus do Plano Piloto têm acervo de mais de 300 mil livros

Leve um livro por vez. Devolva-o em bom estado. Doe seus livros já lidos. Não fique com o livro por muito tempo. Essas são as instruções básicas que aparecem em estantes montadas em dezenas de paradas de ônibus do Plano Piloto. Elas orientam os usuários sobre como usar as bibliotecas coletivas que mudaram a paisagem do transporte urbano de Brasília e já proporcionaram horas de leituras para milhares de brasilienses. 

A iniciativa de espalhar os livros pelas paradas foi idealizada pelo Açougue Cultural T-Bone. O proprietário do estabelecimento, Luiz Amorim Silveira, explica que o objetivo é fazer a leitura circular por todo a cidade. "Começamos uma pequena estante, em que emprestávamos livros e recebíamos doações, mas foi ficando grande demais. Hoje temos 70 bibliotecas em paradas de ônibus da W3, eixinho e L2. Calculamos um acervo de mais de 300 mil livros e uma circulação diária de 5 mil", detalha Luiz. 

Os livros são todos doados, a maior parte por bibliotecas, como a Nacional e a Demonstrativa de Brasília. As doações são feitas diretamente no açougue, na 312 Norte, onde todos os livros são carimbados para desestimular eventuais furtos. 

Para alegria dos usuários, o acervo tem de tudo um pouco: livros didáticos, apostila para concursos, revistas, literatura, livros técnicos e até obras em outros idiomas. A estudante Maria de Fátima, 32, queria um livro interessante para ler e conseguiu. "Sempre tem algo que chama atenção e alguém pega para ler. Já peguei vários e devolvi todos depois", conta. 

O mesmo aconteceu com a estudante Raysa Fonseca, 20, que diz que já conseguiu encontrar várias raridades nas estantes. "Devo ter pego uns cinco livros e estou sempre dando uma olhada nas paradas. Tem muitas coisas antigas, mas se você têm bons olhos e paciência você encontra uns tesouros", afirma a estudante, que também já doou um livro. "Até hoje lembro qual era: A Pata da Gazela, de José de Alencar".


Fonte Jornal O Destak

Nenhum comentário:

Postar um comentário