sábado, 9 de julho de 2011

FEIRA DOS IMPORTADOS - Cada vez mais com cara de shopping (Jornal Alô Brasilia)

ROBERVAL EDUÃO
Lojas tradicionais do comércio tomaram conta da feira
A estrutura do local continua sendo de uma feira, mas a aparência e o estilo das lojas se parecem cada vez mais com a de shopping center. Esse é o retrato da Feira do Importados. Os produtos falsificados e de baixa qualidade estão cedendo espaço nas prateleiras das lojas para mercadorias com qualidade e garantia de origem. Com isso, os preços também tendem a subir e espantam a clientela antiga.

Boxes sem estrutura não fazem mais parte das características do lugar. Lojas de móveis, artigos infantis, tapetes, sapatos, aparelhos eletrônicos, operadoras de telefonia, semi-joias e até adegas contribuem para deixar o centro de comprar mais sofisticados.


Em uma loja de brinquedos, por exemplo, tem até aparelho registrador de ponto eletrônico. Os produtos vendidos na feira também são vendidos nas unidades que a loja tem em shoppings de todo o país. São semelhanças como essa que agradam o consumidor. “Eu acompanho a feira desde que ela funcionava na torre de TV. Aquele comércio de quinquilharias que tinha fama de vender produtos contrabandeados e sem qualidade não existe mais”, disse o servidor público Heitor Júnior, de 50 anos.

Para Nice Dutra, proprietária de uma loja de semi-joias, manter a melhor qualidade possível do seu comércio é a prioridade principal. “Com um estabelecimento arrumado e equipado, o cliente se sente mais confiante de vir aqui”, contou. “Antes eu vendia bijuterias mais baratas, mas aos poucos fui crescendo e melhorando a qualidade”, complementou Nice.O problema de toda essa evolução é que alguém tem que pagar o preço da melhoria. Em geral, quem sente a diferença no bolso é o consumidor.

É o que acha a massagista Luana Andrade, de 20 anos. “Não está mais valendo a pena comprar aqui, pois as coisas estão muito caras.”Já o servidor público Jaime Borges, 63, discorda. Ele afirma que além do local estar em um estágio muito superior do que antigamente, a flexibilidade dos vendedores é mais um diferencial. “A possibilidade de pechinchar aqui é muito maior do que em outros lugares”, finalizou.



Tiago Fernandes
tiago.fernandes@jornalalobrasilia.com.br

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