Grupo de pessoas, que vivem com familiares ou em casas de privadas era “invisível” nas estimativas sobre a doença
Adultos que apresentam deficiências de aprendizado moderada a severa têm mais chances de serem autistas. O alerta foi dado nesta quarta-feira em relatório publicado no site do Centro de Informações do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra. Segundo o documento, cerca de 60% dos homens e 43% das mulheres com a deficiência em níveis severos são também portadores de autismo não diagnosticado.
No levantamento, foram coletados registros de adultos com deficiência de aprendizagem em Leicester, Lambeth e Sheffield, na Inglaterra, de agosto de 2010 a abril de 2011. Os voluntários estudados viviam com os pais ou outros familiares ou ainda em centros comunitários. “Ficamos surpresos com a quantidade de adultos com deficiência de aprendizagem de moderada para cima que tinham autismo. As estimativas anteriores apontavam para números muito mais baixos”, diz Terry Brugha, professor de psiquiatria da Universidade de Leicester e coordenador do estudo.
Segundo Brugha, cerca de 60% dos homens e 43% das mulheres com deficiência severa têm autismo. “Parece surpreendente também a quantia que ainda vive com familiares e pode representar um fardo: 42% dos homens e 29% das mulheres com a deficiência severa que dependem de parentes, e vivem com eles, têm autismo”, diz a especialista.
De acordo com Sally-Ann Cooper, professora da Universidade de Glasgow e participante da pesquisa, as estatística de rotina - tanto da deficiência de aprendizado, quanto sobre o autismo - não haviam levado em conta pessoas que têm os dois problemas concomitantemente. “Nosso estudo demonstra claramente que quanto mais severa a dificuldade de aprendizado do adulto, maiores as chances dele também ter autismo.”
Autismo
Distúrbio onde se é incapaz de estabelecer relações sociais normais, comportando-se de maneira compulsiva e ritual. O distúrbio, que pode impedir o desenvolvimento normal da inteligência, afeta cinco em cada 10.000 crianças e é de duas a quatro vezes mais frequente no sexo masculino.
Fonte : Revista Veja
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