terça-feira, 18 de janeiro de 2011

No Varjão, gambiarras colocam famílias em risco(Alessandro Dantas - O Destak)



Mais de 700 pessoas estão em risco na área de transição do Varjão. De acordo com a Defesa Civil, há grande possibilidade de incêndios no local por conta do elevado número de gambiarras na rede elétrica. Além disso, a região não tem o mínimo de saneamento básico. As famílias foram transferidas para o local provisoriamente, mas algumas vivem no local há anos. 
A salgadeira Regina da Silva Ferreira, 40 anos, vive na área de transição com o marido, seis filhos e mais quatro parentes. Eles esperam há quase uma década um lote do governo. "Quando chove forte, eu não durmo com medo de curto-circuito e a casa pegar fogo. Tenho muito medo", diz. "Teve um dia em que os fios começaram a pegar fogo e o meu marido ia jogar água, eu dei um grito para ele parar e fui correndo desligar a energia. Graças a Deus não aconteceu nada." Regina fez, de maneira improvisada, toda a instalação elétrica da casa. Ela usa um vidro de remédio como interruptor da sala. "Meu irmão que mora na Bahia que fez, tem uns seis meses que usamos o vidro para acender e apagar a luz", diz. Ela já recebeu do governo oportunidades de ir para outras regiões administrativas, mas, na esperança de que a área em que mora atualmente seja regularizada, não quer sair do Varjão. 
Já Rosa Alves Rodrigues, 53 anos, não vê a hora de se mudar do local. Há dois na região, Rosa aceitaria um lote em qualquer lugar para sair dali. "Não vou ficar fazendo banca, não. Eu vou para qualquer lugar", conta. 
De acordo com o administrador do Varjão, José Maria Martins, o governo iniciou estudos técnicos para encontrar um local para realocar as famílias, mas ainda não há um prazo definido para a transferência. 

Por ALESSANDRO DANTAS/O DESTAK

Um comentário:

  1. O pior é que essa medida de transferir as famílias para locais mais seguros é um paliativo, pois tiram os moradores e voltam os mesmos ou novos, acredito que o poder público deveria tomar medidas estudadas e inteligentes, os cidadãos em situação de risco poderiam também ter mais discernimento, será que vale a pena correr o risco de queimar ou eletrocutar sua família por uma geladeira ou televisão?

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