Quando Brasília começou a tomar forma nas pranchetas e mentes dos brasileiros responsáveis pelo sonho a ser erguido no meio do Planalto Central, o Brasil passava por uma revolução artística. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, artistas se desprendiam da figuração e ingressavam na aventura abstrata, um caminho sem volta que acabou por mudar os rumos da arte brasileira. E o que isso tinha a ver com Brasília? Simples: a conexão está na modernidade e na ideia de ruptura que orientaram tanto artistas quanto arquitetos. Max Perlingueiro quis deixar isso bem claro ao realizar a curadoria de Geometria da transformação — Arte construtiva brasileira na coleção Fadel, em cartaz no Museu Nacional Honestino Guimarães (Complexo da República).
Com 142 obras de 55 artistas, a mostra traz à cidade a produção mais importante da arte construtiva brasileira, um momento no qual a geometria se tornou o ponto de partida para toda uma geração. “Em 1951, houve a 1ª Bienal de São Paulo e foi apresentada a arte abstrata. Max Bill ganhou o prêmio e modificou a cabeça dos artistas”, conta Perlingueiro. Em São Paulo, liderados por Waldemar Cordeiro, artistas como Lothar Charoux, Geraldo de Barros e Luiz Sacilotto se organizaram no Grupo Ruptura. A proposta era uma arte geométrica sóbria, séria, sem a exuberância da cor.
Por: Nahima Maciel
Fonte: Correio Braziliense
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