sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Aquavit, em Brasília, traz ingredientes do Cerrado à mesa.


Salão amplo e com decoração moderna do Aquavit, em Brasília
O restaurante conquistou três estrelas no Guia Brasil 2013, do GUIA QUATRO RODAS; conheça a trajetória do chef, o dinamarquês Simon Lau Cederholm.

O restaurante contemporâneo Aquavit, em Brasília, comandado pelo chef dinamarquês Simon Lau Cederholm, acaba de entrar para o restrito grupo das casas três-estrelas do Guia Brasil 2013, recém-lançado pelo GUIA QUATRO RODAS, ao lado de restaurantes consagrados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O interesse de Simon Lau pela gastronomia surgiu aos 15 anos, quando trabalhou como lavador de pratos e desenvolveu suas habilidades com as panelas em alguns restaurantes de luxo de Copenhague, como o Dronning Louises Kro, Søllerød Kro, Creperie Marie e o Saison.
Simon Lau Cederholm, chef do restaurante Aquavit, em Brasília - Foto:Ligia Skowronski
No ano de 1986, em uma viagem de seis meses de bicicleta pela América Central e do Sul, o chef conheceu o Brasil. A partir de Caracas, na Venezuela, ele cruzou a Amazônia até chegar ao Rio de Janeiro. “Sempre gostei de viajar de bicicleta pela Europa, mas desta vez eu quis ir mais longe”, conta. A culinária típica de cada região, os temperos e o frescor das frutas e verduras impressionaram Simon Lau, que decidiu morar no Rio de Janeiro por um ano.

De volta à Dinamarca, em 1988, ele cursou arquitetura na Academia Real das Belas Artes por influência da família, mas não abriu mão de fazer o que mais gosta: cozinhar. “Durante o curso, eu trabalhava como cozinheiro para pagar os estudos”, diz.

Depois de concluir a graduação, o chef dinamarquês não resistiu aos encantos do Brasil e mudou-se para Brasília em 1996. Lá, trabalhou como adido cultural e vice-cônsul na Embaixada da Dinamarca e, em 2003, abandonou a carreira e retornou ao seu país para se aperfeiçoar em gastronomia e trazer novidades para o Brasil.

Em 2004, Simon Lau realizou seu sonho ao inaugurar o restaurante Aquavit em sua própria residência. Formado em arquitetura, ele projetou os ambientes, com mesas na sala de estar, na varanda e vista para o Lago Paranoá.

A proposta inicial era servir comida escandinava, mas o chef decidiu investir em ingredientes do Cerrado. “Brasília é uma cidade moderna no meio de uma região cheia de natureza. Acho importante que as pessoas comam os produtos daqui”, explica.
O prato Blinis é feito de farinha sarracena e servido com ovas de salmão,
sous cream, dill e limão siciliano - Foto:Divulgação
Não há cardápio na casa e, sim, um menu degustação composto por cinco pratos, que mudam a cada mês e quase nunca se repetem, além de um couvert acompanhado de pães. Ao final da refeição, os clientes são convidados a conhecer os ingredientes cultivados pelo chef em sua horta orgânica, como frutas típicas, taioba e a famosa baunilha do Cerrado. “Eu não sabia que aqui no Cerrado tinha baunilha”, conta. “Um dia um homem bateu na minha porta, lá em Goiás Velho, para vender uma baunilha grande e com um cheiro maravilhoso”, relembra. Desde então, Simon Lau introduziu o fruto em sobremesas, tortas e em pratos como peixe e feijão cremoso.

Antes de conquistar a classificação máxima de três estrelas no Guia Brasil 2013, o dinamarquês foi premiado como Chef do Ano do Guia Brasil 2011. “Senti que essa forma de trabalhar, com ingredientes frescos do Cerrado, foi o que me fez conseguir os prêmios”, diz. “É como ganhar um abraço de alguém que diz que você fez a coisa certa”, complementa.

FONTE: GUIA QUATRO RODAS ONLINE
POR NATASCHA PERIN

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